Anorexia, seus distúrbios e sua ligação com a mídia

É comum você ouvir uma mulher dizer que precisa perder uns 5 quilinhos. O curioso é que se ela conseguir este objetivo a frase ainda será dita da mesma forma. As vezes me pergunto se o objetivo final é desaparecer.


Sei que é bater em uma tecla antiga dizer que a indústria da moda força goela abaixo de garotas em todo o mundo o ideal de que para ser bonita é preciso ser o mais magra possível. A imagem abaixo é de mulheres desfilando em passarelas apesar de todas parecerem vítimas de campo de concentração.


Segundo o Ambulim (Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), estima-se que entre 0,5 e 4% das mulheres terá Anorexia Nervosa, de 1 a 4,2% Bulimia Nervosa e 2,5% transtorno do Comer Compulsivo, ao longo da vida. São números grandes para transtornos alimentares. Isso sem contar casos mais leves, de insatisfação com o próprio corpo, busca incessante por dietas e cirurgias plásticas que podem abranger 15% das mulheres.
Quando foi criado em 1992, o Ambulim recebia um caso a cada 15 dias, atualmente aparecem 10 novos pacientes por semana. Uma prova que a mensagem passada pela mídia está atingindo cada vez mais a cabeça das mulheres brasileiras.
anorexia rastejando
Estima-se que se seu índice de massa corpórea (seu peso em quilos dividido pela altura ao quadrado) está abaixo de 17,5 você provavelmente sofre de anorexia nervosa. Pacientes com bulimia apresentam geralmente um índice entre 17, 5 a 19,5. Entre os pacientes diagnosticados com transtornos alimentares 90% são mulheres.
anorexia modelo
Se prestarmos bastante atenção poderemos ver que a mensagem transmitida pelas revistas não é das mais corretas. As capas estampam dietas milagrosas para a mulher perder muito peso, mas nunca é estimulada a reeducação alimentar. De que adianta comer maçã e atum por 2 meses se vai voltar tudo de novo ao fim do regime?
O uso publicitário do ideal de magreza não possui resultados muito bons. Segundo uma pesquisa da Media Awareness Network a exposição a imagens de mulheres magras, jovens e “photoshopadas” está diretamente ligada a depressão, perda da auto-estima e o desenvolvimento de hábitos alimentares prejudiciais a saúde em mulheres.
anorexia espelho
A visão de que quanto mais magro, mais belo afeta gravemente a visão que muitas garotas têm do próprio corpo. É comum ver alguém magro se olhando no espelho e dizendo que se acha acima do peso e não adianta familiares, médicos e amigos dizerem o contrário.

O mais assustador é que este tipo de problema está atingindo garotas cada vez mais novas. Um estudo feito em escolas na área da cidade de Chicago, publicado no Wall Street Journal, mostrou que mais da metade das estudantes da quarta série estava fazendo dieta. A Teen Magazine fez uma pesquisa em 2003 onde 35% das garotas entre 6 e 12 anos admitiram ter feito dieta ao menos uma vez. A mesma pesquisa indicou que entre 50 e 70% das garotas que estavam com o peso normal acreditavam estar acima do peso.

anorexia exemplos
Por outro lado existe uma rede formada por pessoas com distúrbios alimentares voltada a admiração deste físico extremo. Nestes sites as fotos que ilustram este post seriam vistas como exímios exemplos de beleza. Alguns até dão dicas de como se manter dentro da bulimia e anorexia.
Não pretendo aqui dizer a ninguém o que fazer, mas apenas alertar para o momento em que a busca pela magreza passe o limite do que é saudável. Se a auto-avaliação não for suficiente uma visita a um profissional de saúde pode ser a resposta. A Ambulim fornece diversos endereços onde os transtornos alimentares podem ser diagnosticados e tratados.




Elijonas Maya
@Elijonnas
 
fonte: PipocadeBits
 

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