Rafinha Bastos é cortado do CQC desta segunda
Rafinha Bastos está temporariamente fora da bancada do CQC (Band) a partir desta segunda-feira (3/10). A informação é da colunista Monica Bergamo (Folha de S.Paulo).
O motivo é um comentário sobre a cantora Wanessa Camargo durante o
programa exibido no dia 19 de setembro. "Que bonitinha que está a
Wanessa Camargo grávida", disse Marcelo Tas. "Eu comeria ela e o bebê",
afirmou Bastos. Marco Luque, terceiro integrante da bancada do CQC, sorriu.
Na sexta-feira (30/9), onze dias após o ocorrido, Luque enviou uma
nota de repúdio para a imprensa. "Sobre a piada feita pelo Rafinha
Bastos, no programa CQC que foi ao ar no dia 19 de
setembro, eu, como pai, entendo e apoio a revolta e a indignação do
Marcus Buaiz, um homem que conheço e respeito. Se fizessem uma piada com
este contexto sobre a minha família, certamente ficaria ofendido. Com
certeza uma piada idiota e de muito mau gosto".
Luque é garoto-propaganda da operadora de celular Claro, ao lado do
ex-jogador Ronaldo - que por sua vez é sócio de Marcus Buaiz, marido de
Wanessa, na agência de marketing esportivo 9ine.
No sábado (1/10), a revista Veja São Paulo chegou às bancas estampando Bastos em sua capa: "o novo rei da baixaria".
Segundo a reportagem, Hélio Vargas, diretor artístico e de
programação da Band, ligou pessoalmente para Buaiz para se desculpar. "A
emissora não gostou da piada e ainda está avaliando um possível
afastamento dele do programa", afirma o executivo. Tas condenou o colega
de bancada para a revista. "Acho que o CQC precisa superar a adolescência, passar dessa fase de rebeldia sem causa".
Surpreendentemente, o intérprete de Ernesto Varela condena a
rebeldia. Ele, que um dia encarnou o fictício jornalista que não tinha
medo de fazer perguntas incômodas para políticos. "Muitas pessoas não
gostam do senhor, dizem que o senhor é corrupto. É verdade isso,
deputado?", perguntou para Paulo Maluf na década de 80.
A suspensão de Bastos, e um provável afastamento definitivo do CQC,
pode parecer apenas uma punição para um comentário infeliz e lamentável
(é bom ressaltar minha posição). É preciso cuidado antes da análise
eufórica. Calar ou domesticar humoristas, exigindo pedidos de desculpas
ou pressionando para seu afastamento, pode ser perigoso em um país
desacostumado com a democracia em mais de um século de República.
Para a Veja São Paulo, os humoristas se defendem com "o velho
discurso da liberdade de expressão". Só quem ignora a História pode
acreditar que um princípio tão caro seja arcaico.
Elijonas Maya
@Elijonnas
Comentários
Postar um comentário