2012 começa com dívidas deixadas pelo ano passado


Feliz Ano Novo atrasadíssimo a todos. Gostaria de explicar que ausentei-me devido ao final de 2011 e retornei tardiamente devido às catástrofes ambientais ocorridas em MG. Sou produtor da TV UFOP em Ouro Preto, que diariamente realiza a cobertura dos problemas enfrentados pela cidade. Estamos de volta, então..

..vamos falar de economia!

Hoje ao meio dia foi divulgado um levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que mostrou por meio do IEF (Índice de Expectativa das Famílias) que mostrou que mais de 36% da população endividada no Brasil não tem condições de pagar suas contas.

Desta parcela de entrevistados endividados, somente 13,2% disseram ter condições para pagar totalmente suas dívidas, enquanto 47,8% responderam no mês passado (Dezembro de 2011) que conseguiriam quitar parcialmente suas pendências.

Segundo a pesquisa, a dívida média entre as famílias brasileiras em dezembro foi de R$ 4.679,13, a quinta maior média em 2011. O maior valor atingido com as dívidas mensais, foi de R$ 5.605,25.

Por região!

O lado positivo sobre o tema é que cerca de 56% das famílias consultadas em dezembro disseram não possuir dívidas. Este valor subiu de novembro para dezembro do ano passado.
No Centro-Oeste 90,9% das famílias que foram entrevistadas disseram que não possuem dívidas para pagar, contra 5,3% das pessoas que dizem estar "mais ou menos" endividadas. Em contrapartida, o Nordeste brasileiro encontra-se endividado por completo. A população se divide entre os muitos endividados, os "mais ou menos" e os que possuem poucas dívidas.

O Centro-Oeste apresenta também o melhor índice de expectativa de pagamento das contas, já que mais de 37% das famílias na região acreditam que poderão pagar suas contas em atraso. Ainda sem ter sido citada, a região Sudeste encontra-se em segundo lugar no Brasil, quanto à previsão de pagamento das contas atrasadas. 23% das famílias garantem que podem livrar-se das dívidas.

Empréstimos como a saída!
Cerca de 6,8% das famílias, segundo os estudos, planejam fazer empréstimos nos próximos meses para pagar suas contas. Como já se esperava, a região Nordeste, a que se encontra em pior estado no Brasil, é a que mais apresenta perspectivas de empréstimos para aquisição de bens, são 11,1%.

No Centro-Oeste e no Sudeste o percentual de famílias que buscam por empréstimos também é de 6,8%, um índice consideravelmente alto. E para as regiões Sul e Norte, as taxas são de 5,2% e 2,7% respectivamente.

Otimismo..

..foi a palavra que encerrou o ano para as famílias das regiões Centro-Oeste e Norte, principalmente. Nas duas regiões foram encontradas as pessoas com melhores condições financeiras se comparadas com o ano anterior, no mesmo mês de dezembro.

Opinião!

2011 terminou e foi positivo economicamente para uns e negativo para outros. A região Sudeste, como podemos ver, sempre a mais requisitada no Brasil por ser a mais rica principalmente na oferta de vínculos empregatícios dos setores secundários e terciários da economia, desfocou-se e deu espaço para o Centro-Oeste e Norte.

O Norte que representa cerca de 5% somente do PIB nacional e sobrevive de atividades industriais e extrativismo vegetal e mineral, cresceu bruscamente e tem sido palco de um desenvolvimento favorável para a economia do país. Diversas indústrias buscam a região Norte para instalações de filiais.

O Brasil sempre vive de notícias boas, como passar a ser a sexta economia do mundo. De fato somos uma potência emergente que tem boas perspectivas para o futuro e a prova disso é a busca desesperada de mão de obra estrangeira para o país. Mas ainda suponho que apesar de boas vistas frente à tensão econômica mundial, não podemos considerar o Brasil como um país livre das oscilações geradas por essa crise. Mesmo que a Diretora do FMI, Christine Lagarde ache que o Brasil é uma economia sólida, não significa que temos "chão" o suficiente para sofrer com problemas de grande porte como a crise europeia.

Ainda mantenho que prova disso foi o Ministro da Fazenda Guido Mantega assegurar que mesmo o país sendo melhor economicamente que o Reino Unido, ainda precisaríamos de 10 ou 20 anos para chegarmos a um padrão de vida europeu. Para isso, o Brasil necessita continuar crescendo mais que esses países desenvolvidos que enfrentam a crise mundial, aumentar a renda da população o que geraria maior acesso ao crédito e valorizando dessa forma as áreas sócio-econômicas presentes aqui.

Que em 2012 o Brasil possa conseguir superar expectativas, segurando a famosa taxa de juros, controlando a inflação, e que a população possa interagir mais com a economia do país e do mundo, buscando compreender quais as medidas que devem ser tomadas em aspectos como administração orçamentária, por exemplo. Afinal de contas quem mobiliza a boa situação econômica de um país é primeiramente a sua população, esta que sobrevive de boas perspectivas.

Fonte: UOL Economia e InfoMoney
Fotos: Google Imagens

Marcelo Nahime Jr.
@marcelonahime

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